segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Mulher transexual é agredida após usar banheiro feminino, em Crato

Na manhã desta segunda-feira (13), a cabeleireira e maquiadora Naomi Houston, (25 anos), prestou queixa na Delegacia da Mulher após ter sido expulsa e agredida por seguranças durante evento realizado na AABB, neste município no Cariri cearense. O caso aconteceu no domingo,12, durante o popular “Forró dos Velhos”.informou o jornalista Antonio Rodrigues.
Segundo Naomi, por volta das 20h30, os seguranças a aguardavam do lado de fora do banheiro feminino, quando pediram para que ela os acompanhasse até a portaria. No trajeto, puxaram o braço da cabeleireira com força até o lado de fora do clube, em seguida, foi empurrada até o chão.
Um dos homens, que Naomi acredita ser um dos organizadores, disse que ela foi expulsa porque usou o banheiro feminino. “A justifica foi só essa”, garante. Esta foi a primeira vez que isso aconteceu com cabeleireira, que já frequentou o evento em outras ocasiões. “Fui exposta a muita humilhação. Me senti um lixo. Eu paguei como todo mundo”, acrescenta.
Com apoio da Associação de Defesa, Apoio e Cidadania dos Homossexuais do Crato (Adacho) e do Centro de Referência da Mulher, Naomi procurou a Delegacia da Mulher de Crato, onde registrou um Boletim de Ocorrência. O caso será investigado. De acordo com o advogado de Naomi, John Miricklley, este é o primeiro episódio de violência contra uma mulher transexual registrado na delegacia. “Foi até uma surpresa”, admite.
O organizador do “Forró dos Velho”, Francisco Leitão, ligou para a vítima e pediu desculpas em nome do evento. Ele assegurou que irá ajudar na identificação dos seguranças responsáveis pela agressão. A Delegacia da Mulher vai investigar e, com base no que for apurado, entrará em contato com o advogado e Naomi. “Estamos querendo insistir no crime de injúria”, acrescenta John.
Naomi acredita que a denúncia foi importante para garantir os direitos das pessoas transexuais que são vítimas de violência e para que episódios como este não voltem a acontecer. “Qualquer pessoa que se sinta humilhada tem que denunciar. É o seu direito”, conta.

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